Intitula-se Modernidades o tema da II Bienal. O conceito “modernidade” pode ser e permite-se ser compreendido, essencialmente, como uma categoria filosófico-histórica. Daí, por exemplo, nosso habitual conceito “Philosophie der Neuzeit” “Filosofia Moderna”, que torna de interesse basilar principalmente as “filosofias” de René Descartes ou de Thomas Hobbes.
É possível também aventar as filosofias da Renascença: o renascimento da Antiguidade a partir do espírito da modernidade, e até mesmo empregar a expressão Renascença (renascimento) no plural, já que é corrente falar de um Renascimento no século XII – e isto em relação à filosofia natural e, máxime, a uma personalidade tal qual Pedro Abelardo e à fundação da universidade “como a forma medieval de conhecimento(ciência?)” (W. Kluxen), ou ainda, no tocante a Dante Alighieri, que, com a “filosofia escolástica”(filosofia da escola), e também contra ela, tornou públicos seus escritos. Todavia, a universidade – com o advento da Modernidade e com a fundação de sociedades científicas (por exemplo, a Royal Society) e as academias – parece ter perdido sua importância como instituição de pesquisa. Galileu, Descartes e Hobbes, à guisa de exemplo, estabeleceram suas novas perspectivas fora desta instituição. Nesse sentido, modernidade refere-se a algo antigo, originário, parcialmente estático, cristalizado nas exíguas fronteiras e regras das quais se deseja livrar-se: é a filosofia um constante “progresso na consciência da liberdade (Hegel)?” Moderno é aquilo que se extrai do antigo. Inovação e tradição são apontamentos; inovação e sustentabilidade também o são, principalmente quando se trata da intermediação filosófica de universalismo e particularismo. Modernidade referente ao futuro numa distância crítica em relação ao passado? Moderno também é aquilo precisamente atual, ou, em linguajar quotidiano, o que está em voga. Visto dessa forma, cada tempo e cada época possuem sua própria modernidade. E o que dizer da modernidade da filosofia e do filosofar hoje? E se filosofar significa trazer o respectivo tempo a seu conceito (Hegel), como conceber filosoficamente as mudanças na sociedade, cultura e política? São questões para as quais a II Bienal busca encontrar respostas, se não definitivas, ao menos provisórias.
. Biennale steht unter dem Thema „Modernitäten“. Hier kann ‚Modernität‘ als eine philosophie-historische Kategorie verstanden werden und wird man wohl auch in erster Linie so verstehen dürfen. So lautet z. B. unser gewöhnlicher Begriff ‚Philosophie der Neuzeit‘ im Portugiesischen ‚Filosofia Moderna‘; wobei hauptsächlich Philosophien eines René Descartes oder Thomas Hobbes im Vordergrund des Interesses stehen. Man kann aber auch an die Philosophien der Renaissance denken: die Wiedergeburt der Antike aus dem Geist der Neuzeit. Man darf sogar den Ausdruck Renaissance im Plural verwenden; so ist es durchaus gebräuchlich, von einer Renaissance im 12. Jh. zu sprechen und das in Bezug auf die Naturphilosophie und vor allem auf eine Figur wie Petrus Abailard und die Gründung der Instituition der Universität „als die mittelalterliche Gestalt von Wissenschaft“ (W. Kluxen), (oder eine Figur wie Dante Alighieri, der mit und auch gegen die universitäre ‚Schulphilosophie‘ seine philosophischen Schriften publik macht), die zu Beginn der Neuzeit mit den Gründungen wissenschftlicher Gesellschaften (z. B. der Royal Society) und Akademien ihre Bedeutung als Forschungseinrichtung verloren zu haben scheint; Galilei, Descartes und Hobbes haben ihre neuen Perspektiven auf die Dinge ausserhalb der Universität realisiert. In dem Sinn ist ‚Modernität‘ bezogen auf Altes, Hergekommenes, z. T. Festgefahrenes, in enge Grenzen und Regularien Verfestigtes, aus denen man sich zu befreien wünscht: Philosophie ein stetiger „Fortschritt im Bewusstsein der Freiheit“ (Hegel)? Modern ist das, was sich vom Alten abhebt. Innovation und Tradition sind Stichworte; Innovation und Nachhaltigkeit ebenso; und vor allem, wie es um eine philosophische Vermittlung von Universalismus und Partikularismus steht. Modernität bezogen auf die Zukunft in kritischer Distanz zur Vergangenheit? Modern ist aber auch das, was gerade aktuell, oder, sagen wir es in der Sprache der Mode, en vogue ist. So gesehen hat jede Zeit und Epoche ihre je eigene Modernität. Wie steht es also um die Modernität der Philosophie und des Philosophierens heute? Und wenn Philosophieren heisst, die jeweilige Zeit auf ihren Begriff zu bringen (Hegel), wie lässt sich der Wandel in Gesellschaft, Kultur und Politik philosophisch begreifen? Fragen, auf die die II. Biennale wenn auch nicht letzte, so doch vorläufige Antworten zu finden sucht